5 razões porque deve haver concorrência

Frequentemente quem vende ou fabrica um produto pensa “- Ah, se eu não tivesse tanta concorrência, era o paraíso!”. Mas será que era?

Existem muitos mais argumentos a favor da concorrência saudável, do que contra. Vamos identificar os 5 que mais se evidenciam:

  • Inovação

Quando, em períodos mais difíceis, com o fluxo do negócio em queda nos perguntamos “E agora? O que faço?”, normalmente a resposta vem sustentada nalgum tipo de mudança. Mudança que conduzirá a uma diferenciação positiva face à nossa… concorrência, pois claro! E é precisamente destas mudanças que vive a evolução do negócio. Garantidamente, havendo um plano sólido e uma implementação eficaz, a empresa sairá de uma crise mais robusta e resiliente. Veja-se o caso do e-Commerce: com a dificuldade de acesso a lojas físicas por parte dos clientes, as vendas online dispararam e o crescimento deste tipo de comércio tornou-se muito mais evidente, de tal forma que em determinados sectores foram criados hábitos irreversíveis na forma como se consome.

  • Eficiência

A existência de concorrência leva a que os gestores tenham de fazer sistematicamente uma análise dos processos de forma a garantir que não há desperdício de recursos pelo caminho e, preferencialmente, ainda se ganhe alguma vantagem. Ora esta análise está na base do processo de digitalização das empresas – esse bicho de sete cabeças para tantos gestores, mas que é incontornável. E há situações em que é tão fácil começar. Principalmente em estruturas mais pequenas, que podem ganhar tanto apenas com a organização de informação e a automatização simples de alguns processos e procedimentos, por exemplo com a implementação de uma ferramenta PIM (Product Information Management).

  • Dinamismo

Qualquer negócio que não tenha concorrência está condenado à estagnação. Seja pelo conforto e da falta de desafios de quem gere, seja pela displicência de quem para ele contribui, o serviço prestado ao cliente garantidamente vai sofrer degradação e criar resistência a quem a ele tem de recorrer. Veja-se o exemplo de boa parte dos serviços prestados pelo Estado (que detém o monopólio de diversos setores): podendo evitá-los, evitamos (e com razão). Uma dose de boa concorrência promove o dinamismo e a vida das empresas criando desafios que contribuem para a motivação das equipas e assim a sustentabilidade da própria empresa.

  • Aumento da notoriedade da oferta

Se tivesse, por exemplo, havido apenas uma marca de refrigerantes a fornecer o mercado, será que teria capacidade para criar uma necessidade de consumo generalizada? Por alguns dos argumentos já apresentados, provavelmente não. Para um qualquer produto se tornar banal, desde a pastilha elástica até ao telemóvel, é necessário que haja ofertas bastas e variadas. Não só para criar a tal normalidade de consumo, mas igualmente para garantir que os consumidores se possam diferenciar e afirmar a sua individualidade, cada vez mais importante na evolução dos hábitos que a sociedade tem vindo a sofrer.

  • Aumento do mercado total acessível

É inegável que um dos efeitos da concorrência é um aumento da qualidade dos produtos, que, com o tempo, se associa à redução do seu custo para o consumidor final – sendo este um fator da maior importância. Ora a redução do custo permite alcançar uma maior fatia de consumidores. Este fator, associado ao do ponto 4, garante que, embora possa haver redução na rentabilidade da venda de um produto isolado, vendem-se muitos mais produtos – o que também leva a que haja um aumento dos serviços associados à sua manutenção, por exemplo, bem como um mercado de reposição muitíssimo mais alargado.

 

Haja, pois, concorrência que é salutar. É a concorrência que nos faz ser mais fortes e mais ágeis. Quase paradoxalmente é a concorrência que garante que empresas crescem e que os seus negócios prosperam!

(Rui Monteiro – ETIM Portugal)